Chuvas intensas sobre Luanda trazem à reflexão os velhos problemas da falta e, nalguns casos, da precaridade das infraestruturas, sobretudo, das vias de comunicação terrestre (estradas), valas de drenagem e saneamento básico.
Não temos dúvidas de que, se Luanda tivesse melhores estradas, ruas, caminhos e caminhos vicinais, os efeitos adversos das enxurradas seriam diminutos. Por esta razão, faz-se necessário refletirmos todos sobre a qualidade técnica das obras (infraestruturas) da cidade para acomodar o grande volume das águas das quedas pluviométricas.
A circulação automóvel tornou-se um caos. A Via Expressa Comandante Fidel Castro que foi pensada como um anel circundante da cidade para desanuviar o trânsito, apresenta, nalguns dos seus pontos, sobretudo, nas imediações da zona do Kikuxi, um grave problema de concepção da obra, uma vez que, tem uma deflexão acentuada por onde estagnam as águas que não encontram curso ao longo da trajectória do traçado rodoviário.
Um pouco por toda cidade, as valas de drenagem e os canais de escoamento das águas estão assoreados e as águas não fluem. Como consequência, elas buscam caminhos alternativos em bairros sem nenhuma infraestrutura concebida para encaminhar as águas para locais apropriados.
Hoje, os bairros (muitos floresceram de forma desordenada) estão completamente inundados, com ravinas monstruosas, causando numerosos constrangimentos e infligindo sofrimento às populações que residem nestas zonas onde escasseia o saneamento e as infraestruturas públicas.
A realidade é tão triste e desconfortante que nos faz até pensar que as instituições da administração só existem para perseguir a coleta de impostos e taxas. Não há, nem se sente um mínimo de intervenção das autoridades administrativas na formulação de soluções para os inúmeros problemas dos nossos bairros. O cenário é aterrador!
Até as novas urbanizações (centralidades) não escapam às antigas vicissitudes. Vida Pacífica (Zango 0), Kilamba, Km44, só para citar estas, onde muitos concidadãos pensavam ter encontrado o conforto da vida moderna, debatem-se com problemas de inundações, ausência de saneamento básico, entre outros dilemas.
Recentemente, o Presidente João Lourenço autorizou por Decreto Presidencial, o desembolso de uma verba para a reparação dos pontos críticos da via expressa e da centralidade Vida Pacífica. A empreitada esteve a cargo de uma empresa conhecida, a obra foi supostamente realizada, todavia, os problemas continuam…
Pergunta-se, como é possível ter-se gasto tanto dinheiro público, mas o problema continua por se resolver e o empreiteiro já deu a obra por concluída?
O mais caricato, é o sofrimento a que estão sujeitos os cidadãos. Só para se ter uma mínima ideia, na via expressa, no troço que vai do desvio do Zango às imediações da Reviva, perdem-se nada mais, nada menos do que duas a três horas. É extenuante!
【”Luanda precisa de ti!”, este é o lema actual. Pois eu digo, 𝙤 𝙥𝙤𝙫𝙤 𝙥𝙧𝙚𝙘𝙞𝙨𝙖 𝙙𝙖 𝙖𝙘çã𝙤 𝙚 𝙙𝙖 𝙖𝙘𝙩𝙪𝙖çã𝙤 𝙙𝙖𝙨 𝙖𝙪𝙩𝙤𝙧𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚𝙨 𝙖𝙙𝙢𝙞𝙣𝙞𝙨𝙩𝙧𝙖𝙩𝙞𝙫𝙖𝙨, 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙚𝙧 𝙙𝙞𝙖𝙨 𝙢𝙚𝙡𝙝𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙣𝙤𝙨 𝙨𝙚𝙪𝙨 𝙗𝙖𝙞𝙧𝙧𝙤𝙨 𝙚 𝙘𝙤𝙢𝙪𝙣𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚𝙨.
O que mais me desconforta, é que, os mesmos problemas de hoje, voltarão a inquietar-me amanhã, porque as soluções soluçam!!!
Bartolomeu Milton